terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Vamos voltar ao compartilhamento de idéias.
Se o blogger deixar volto a escrever e olha que tenho bastante para falar.
Começaria dizendo que tive um ano de 2012 extremamente intenso.
Três fontes pagadoras para declarar no IR 2013, Curso na FGV, Time rebaixado para segunda divisão, filha aprovada em vestibulinho muito concorrido...
Foi um ano e tanto e com certeza de vento em popa, o ceu por cima embaixo o mar, com Cristo no barco tudo vai muito bem.

terça-feira, 26 de junho de 2012


Situação do Crédito - Parâmetros para avaliação de risco

O Banco Central divulgou nesta terça feira a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito.

Com fim demonstrativo e não de análise, destaquei abaixo alguns números e informações interessantes obtidos nas divulgações noticiosas, dentro da perspectiva do estabelecimento de políticas de créditos.

O BIS em declaração recente fala sobre sua preocupação com os mercados emergentes e embora não haja sinais de fraqueza a precaução com os riscos de crédito se faz mais necessária num eventual quadro de evolução.

Neste levantamento registro dados sobre os volumes de crédito, queda dos spreads, dos juros, incentivos e volumes de crédito, inadimplência e dados sobre alguns produtos/modalidades.


Estoques de crédito
O estoque/mercado de crédito subiu 1,7% em relação a abril/2012
Alcançou R$2,136 trilhões

O total disponibilizado em empréstimos e financiamentos no Brasil representou 50,1% do Produto Interno Bruto (PIB)

Em abril o percentual era de 49,6% do PIB

No ano, o crescimento do crédito alcançou 5,2%.

Em doze meses, a expansão do crédito foi de 18,3%.


Queda do Spread
Houve diminuição da margem cobrada pelos bancos nos financiamentos, o chamado spread bancário.
(Diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada do consumidor)
Em maio foi de 24,7 pontos percentuais
Em abril foi de 26,3 pontos

No segmento Pessoas Físicas a redução foi de 32,9 pontos para 30,5 pontos.
No segmento Pessoas Jurídicas a redução foi de 17,5 para 16,8 pontos percentuais.


Queda nas taxas de Juros
A taxa média de juros para empresas e pessoas físicas ficou em 32,9% ao ano (menor nível desde 2000)
Em abril estava em 35,1%
Terceira queda consecutiva no custo do crédito

A taxa média para famílias/pessoas físicas ficou em 38,8%, em maio.
Em abril a taxa era de 41,8
Queda de 3 pontos percentuais em relação ao mês anterior (menor nível desde julho de 1994)

Nos financiamentos para as empresas, o recuo foi de 26,3% para 25%.



Incentivos ao crédito
Governo reduziu (IOF) para operações voltadas a pessoas físicas
Os bancos públicos iniciaram a redução das taxas de juros
Redução da taxa Selic que chegou a 8,5%



Novos empréstimos
A média diária de novos empréstimos concedidos pelos bancos caiu 1,5% em maio na comparação com abril.
Os bancos emprestaram média de R$ 9,562 bilhões em cada dia do mês passado.

O recuo nos novos empréstimos aconteceu em operações para a pessoa física
A média diária de novas concessões caiu 4,1%, em base mensal, para R$ 3,772 bilhões a cada dia.

Para pessoa jurídica a tendência foi contrária e a média diária subiu 0,2%, para R$ 5,790 bilhões, no mês passado ante o mês anterior.



Inadimplência
A inadimplência subiu pelo segundo mês consecutivo

Em maio a inadimplência no crédito livre (sem destinação obrigatória) atingiu 6%.
Maior índice desde junho de 2000.
Em abril, a inadimplência havia ficado em 5,9%.

A inadimplência de pessoa física subiu para 8%.
Em abril a inadimplência estava em 7,8%

A inadimplência de PJ ficou estável em 4,1% em maio.
Em maio de 2011 foi de 3,8%
Pelo quarto mês consecutivo o nível permanece sem oscilação relevante

As dívidas vencidas (com atraso entre 15 e 90 dias) representaram 2,3% do total das operações

A maior inadimplência no mês de maio ficou com o Desconto de Duplicatas, com taxa de 8%.

Repasses Externos tiveram a maior alta na comparação mensal, de 0,9 pontos percentuais no quinto mês do ano.

Há sinais de aumento de inadimplência, com destaque para a aquisição de veículos.


Veículos
O estoque de crédito para veículos caiu 0,3% em maio
No ano o financiamento de veículo apresenta um recuo de 0,5%
Nos últimos doze meses, no entanto apresenta um acréscimo de crescimento de 3,7%.
Nos últimos doze meses alcançou um total de R$200,0 bilhões de crédito para aquisição de automóvel.

Houve recuo de 4,7% em relação abril nos financiamentos via Leasing
Em doze meses o recuo nas operações de leasing foi de 42,9%.

A inadimplência no financiamento de veículos em maio foi de 6,1%
Em maio de 2011 a inadimplência foi de 3,6%
Em abril/2012 a inadimplência foi de 5,9%.

Cheque Especial
A taxa de inadimplência em maio foi de 11,3%
Em abril era de 10,1%

A média diária de empréstimos do cheque especial em maio foi de R$ 1,2 bilhão
Em abril a média foi de R$ 1,3 bilhão por dia

Em maio a taxa de juros média na modalidade foi de 169,5% ao ano com um recuo de 4,6 pontos percentuais.
Em abril era de 174,1% ao ano
Em março estava em 185,0%

Aquisição de bens
Inadimplência de 13,9% em maio
Em abril era de 13,5%

Crédito Pessoal
Em maio a inadimplência foi de 5,7%
Em abril foi de 5,6%

A média diária do crédito pessoal em maio foi de R$ 843 milhões
Em abril a média de empréstimo foi de R$ 804 milhões por dia

Taxa de juros de 24,7% ao ano

Crédito Consignado
Juros de 24,7% ao ano

Cartão de Crédito
Inadimplência em maio 29,5 %
Juros de 238,3% ao ano

Exporte Notes
Inadimplência de 20,0%

Habitação
Financiamentos para pessoa física cresceram 2,8% em maio
Crescimento de 14,2% no ano
Nos últimos 12 meses a evolução alcançou 41,9%.

O estoque de crédito totaliza R$ 228,974 bilhões.
Do total acima R$ 212,314 bilhões se refere às operações com crédito direcionado, que acumula expansão de 39,8% em doze meses.

O crédito habitacional com recursos livres, que soma R$ 16,660 bilhões, cresceu 73,9% em doze meses.

http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM
http://m.estadao.com.br/noticias/economia,credito-aumenta-e-juro-medio-cai-para-329-em-maio-diz-banco-central,117260.htm
http://www.infomoney.com.br/banco-central/noticia/2476586-inadimplencia+das+empresas+atinge+das+operacoes+credito+maio
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/06/26/credito-aumenta-e-calotes-batem-recorde-em-maio-segundo-bc.jhtm
http://m.noticias.uol.com.br/politica/2012/06/26/consumidor-trocou-cheque-especial-por-consignado-em-maio-diz-bc.htm
http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2012/06/linhas-para-pessoas-fisicas-tem-queda-generalizada-de-juro-em-maio.html
http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2012/06/cartao-de-credito-e-campeao-da-inadimplencia-e-da-taxa-de-juros.html

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Viva o Centro

Estou em férias e quase todos os anos costumo fazer neste período uma bateria de exames médicos preventivos para avaliar minhas condições de saúde passando por um clínico geral, um cardiologista e por aí afora se houver necessidade.

Por uma questão disponibilidade de horário de atendimento, acabei marcando a consulta com o clinico geral Doutor Alan Saraiva médico da Intermédica, que por sinal demonstrou bastante profissionalismo, e que atende na unidade da Avenida São João.

Aproveitei a oportunidade para passear pelo centro de São Paulo e ver como andam as coisas pelo velho Centrão, local que raramente tenho ido já que trabalho na Avenida Interlagos e moro na Lapa.

Embora ainda seja perceptível degradação e má utilização do espaço central da cidade, é possível se observar “ocupações” oficiais e diversas ações em andamento e outras já concluídas, que dão ares de progresso para o centro.

Citando alguns nomes, pois acho que vale prestar este tributo, até como reconhecimento do investimento que têm sido feito e que são muito importantes para o processo de revitalização do Centro, observei alguns exemplos interessantes.

Ao sair do Viaduto Santa Ifigênia me deparei com a Atento (empresa de telemarketing) que está utilizando o antigo prédio do Banco Mitsubishi Largo São Bento junto à Rua Libero Badaró, proporcionando com seus funcionários um clima vibrante no local.

O quase centenário Restaurante Guanabara, com toda sua fidalguia, também esta lá. Tranqüilo e sereno, esperando os velhos e novos amantes dos pratos deliciosos, num ambiente de glamour, com garçons em estilo impar.

A tradicionalíssima Ravil na Avenida São João - Edifício Martinelli, loja que comercializa canetas e lapiseiras e acessórios, continua firme e forte, já por décadas. Eu mesmo já a conheço há mais de 25 anos.

A nostalgia proporcionada pela BM&F na Praça Antonio Prado com a engraxateria e a cabine telefônica de época, contrasta com as modernas vitrines do comercio da Rua XV de Novembro existindo inclusive um ambiente estudantil com a presença da Uniesp.

O Banco Santander manteve as características do prédio do antigo Sudameris preservando o brilho da Agência, que oferece ao mesmo tempo um ar imponente e aprazível ao visitante, fora o memorável relógio de algarismos romano bem ao centro.

E a Leiteria Bancária... Esta ficou muito elegante embora não lembre em quase nada a antiga Leiteria, recebeu com a nova arquitetura o presente que merecia por tantos anos de companhia aos visitantes e usuários.

Agora o que me deixou surpreso foi a urbanização do espaço do antigo Conservatório Dramático onde está sendo construído a Praça das Artes. O projeto começou no governo do prefeito José Serra devendo ser concluído nos próximos meses, podendo voltar a ser mais um pólo de cultura na cidade.

Viva o Centro!
Ah! E por falar nisso o agora ministro Meirelles voltou para incrementar estas idéias.

domingo, 20 de março de 2011

Titanic, eis a questão.

Neste domingo atendi um pedido de minha mulher e assisti ao filme Titanic na TV por assinatura, até meio contrariado, pois apesar de ser uma super produção, o considero filme romântico, não sendo meu gênero cinematográfico preferido.

Ainda falando sobre filmes, prefiro os dramas, documentários, histórias reais, ou baseados em histórias reais. Como exemplo poderia citar entre outros, Cidadão Kane, Tempos de gloria, E o vento levou, A fraude, Deuses e Generais, Sargento Getulio, Olga, Eles não Usam Black-tie, Central do Brasil e... , vamos parar com minhas preferências, pois eu quero falar sobre outra coisa.

James Cameron escritor e diretor do filme abordou temas interessantes no filme Titanic, mas uma das coisas que mais me chamou atenção nesta segunda vez que assiti o filme, foi desejo dos empreendedores do projeto que almejam ser notícia não apenas por chegarem em Nova Iorque mas, principalmente, por chegarem antes do prazo esperado.

É interessante observar a pressão de Joseph Bruce Ismay sobre o capitão Edward John Smith para que, literamente, fosse a todo vapor. É nitidamente possível observar seu olhar de preocupação mas ao mesmo tempo leniente. Sabia que havia possibilidade icebergs no entanto manteve a velocidade em detrimento de sua própria pecepção de risco.

Esta era a palavra que queria chegar, risco. O ser humano é movido pelo risco, a humanidade evoluiu ao superar o risco. O controle sobre o fogo, o domínio das correntes das bacias fluviais... Sempre, sempre e sempre o domínio e a conquista serão as metas do ser humano.

No entanto, a mesma ambição que desenvolve pode derrotar. A ambição que faz a humanidade chegar à lua, leva um investidor a peder seu patrimônio nos pregões das bolsas de valores, ou uma instituição vender sua carteira de ativos não registrando tais transações.

A ambição é como um cavalo veloz que cavalgado por um joquei experiente vence um grande prêmio coroando todo um trabalho de um aras mas quando desgovernado corre ligeiro para o nada. Dominar a ambição eis a questão.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reestruturação do WestLB


Nesta quarta feira a imprensa publicou o estabelecimento de um acordo de reestruturação para o Banco WestLB da Alemanha que prevê uma redução de 1/3 no seu tamanho e desmenbramento da instituição em quatro unidades.

O Banco sediado em Dusseldorf foi fundado em 1969, com um papel de Banco Central para a região de North Rhine-Westphalia,  tornando-se sociedade anônima em 2005, quando passou a exercer atividades de banco comercial.

Embora tenha sido o maior landesbank, seus resultados não foram expressivos nos últimos anos, situação que se agravou em 2007 quando planejava demitir 1500 de seus 5900 funcionários.

Coma a crise da Subprime os resultados foram mais impactados ainda, gerando injeções de recursos através do SoFFin, programa de socorro ao sistema financeiro Alemão, no montante de € 3 bilhões, tornando o estado um de seus participantes societários, embora sem direito a voto.

Em meados de 2009 o presidente executivo Dietrich Voigtländer buscava uma fusão com o BayernLB visando fortalecer as duas instituições, o que os tornariam o terceiro maior banco da Alemanha atrás apenas do Deutsche Bank e Commerzbank, negociações que foram interrompidas em novembro de 2010.

Este novo projeto de reestruturação anunciado nesta quarta feira deverá ser concluído em 2015, permitindo que as quatro unidades em que serão desmembras o Banco sejam vendidas ou incluídas em eventuais fusões de maneira conjunta ou isolada.

Estima-se que o montante do socorro já liberado ao banco através de dinheiro público tenha alcançado o montante de € 16 bilhões.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sistema Financeiro - Operções de Cred no Merc Nacional - Reflexos da Crise Intrernacional

Sumario

Introdução

1 - Princípios bancário e de crédito

ü      1.1 - O Sistema Financeiro

ü      1.2 - Política de concessão de crédito

2 - Procedimentos de concessão de crédito

ü      2.1 - Linhas de crédito e financiamentos

ü      2.2 - Limites Operacionais

ü      2.3 - Acordo de capitais de Basiléia

3 - O contexto atual do crédito

ü      3.1 - Precedentes da crise de crédito

ü      3.2 - A limitação do crédito

ü      3.3 - O quadro de operações de crédito

ü      3.3.1 - Operações de crédito do sistema financeiro

ü      3.3.2 - Distribuição setorial do crédito

ü      3.3.3 - Operações com recursos livres

ü      3.3.4 - Referencial para taxas de juros

4 - O esforço para normalização do crédito

ü      4.1 - Políticas governamentais de incentivo ao crédito

ü      4.2 - A ação dos bancos estatais e BNDES

Conclusão

Bibliografia / Entrevista
Introdução

Muito tem se falado nos últimos meses sobre a crise no sistema financeiro internacional, principalmente em decorrência da crise das empresas do setor financeiro dos Estados Unidos da América.

O assunto se tornou relevante devido às conseqüências que trouxe para a economia real, tanto dos paises desenvolvidos, que foram diretamente atingidos, aos paises ditos emergentes e também aos subdesenvolvidos.

O quadro global da economia tornou-se sombrio gerando incertezas, e retração das atividades produtivas, crescimento índices dos índices de desemprego e como conseqüência retração na disponibilidade crédito.

Entender o que é o crédito, como se define e se controla este mecanismo do sistema financeiro, se tornou assunto fundamental nos últimos meses, mas também são discutidas outras questões como as restrições para sua concessão e o que fazer para normalizá-la.

As pesquisas e entrevistas deste trabalho buscam abordar estas questões e apresenta-las de maneira a permitir uma avaliação diante de um quadro de restrição de crédito.



1 - Princípios Bancários e de crédito

Todo mecanismo de produção, venda e aquisição envolve a utilização da moeda, que por sua vez é transacionada por um sistema de intermediação entre os diversos agentes econômicos.

Este sistema de intermediação se materializou através do atual Sistema Financeiro, que por sua vez, através da captação de recursos, criou uma Política de concessão de crédito que permite emprestá-los observando interesses do “emprestador” visando a geração de lucros.
1.1 - O Sistema Financeiro

Para se falar de crédito, risco de crédito, limites de crédito, política de concessão de crédito é necessário antes se falar sobre o Sistema Financeiro como instrumento de crédito.

Desde o início das atividades das bancas de crédito, em que italianos financiavam viagens ultramarinas, iniciando o que temos hoje como sistema bancário, a base sempre foi a mesma, obtenção de recursos com aplicadores e transferência destes recursos para empreendedores.

Esta é a mais antiga e rudimentar base da atividade financeira que atende e movimenta os interesses de agentes com recursos disponíveis, dispostos a alugá-los por uma remuneração atraente, e aqueles agentes que necessitam de recursos para sua utilização ou atividade, dispondo-se a pagar um bônus por esta quantia recebida.

Nos padrões atuais e de maneira simplista, o mesmo continua ocorrendo nos dias hoje nas figura de captadores e tomadores.

Empresas Industriais, Bancos Comerciais, Financeiras, Sociedades de Crédito Imobiliário e demais players captam recursos através de debêntures, ações, títulos de renda fixa e outros papéis.

Por sua vez esta captação é direcionada a repasses previamente definidos por suas administrações e também pelos órgãos de regulamentação bancária, no Brasil, especificamente pelo Banco Central.


1.2 - Política de concessão de crédito.

As instituições financeiras com base em sua captação direta e também através de operações interbancárias concedem empréstimos e financiam clientes obtendo através da renda auferida os recursos para remunerar a captação e obter seu ganho operacional.

Estas concessões obedecem a critérios definidos pela instituição e limitações estabelecidas pelos órgão reguladores, definindo um quadro de limite crédito.

Habitualmente estes valores são definidos pela alta administração estabelecendo quais os setores de indústria que deseja emprestar, o porte da empresa, valores que serão liberados pela rede de agências, pelas plataformas comerciais e todo um sistema pré-definido.

Todo este processo é estabelecido sobre um plano de alçadas que é um conjunto de regras que define as condições do empréstimo:
- Quanto poderá ser emprestado;
- Para quem;
- Por quanto tempo;
- Por qual taxa;
- Forma de pagamento;
- Com qual garantia.

Outro aspecto fundamental para a definição da política de crédito é a avaliação criteriosa da conjuntura econômica, política e social do país. Outra consideração necessária, a exemplo dos acontecimentos recentes, a partir de agora esta avaliação de conjuntura deverá considerar o aspecto internacional, uma vez que cada vez mais os sistemas são mais globalizados.



2 - Procedimentos de concessão de crédito

A prática bancária possui procedimentos previamente definidos para a concessão de crédito. Isto passa pela forma como serão liberados os recursos, que Linhas de crédito e financiamentos poderão ser utilizados. Estas liberações, no entanto, são restringidas e reguladas nas instituições através de Limites operacionais oferecidos a cada cliente pelos Bancos.

Este fluxo de captações e repasses, as definições de quais instrumentos e limites serão utilizados, repercute social e economicamente, indo além dos interesses empresariais, existindo um controle externo normatizando regras interbancárias que são definidas pelo Acordo de capitais de Basiléia.


2.1 - Linhas de crédito e financiamentos

Neste contexto, os Bancos definem quais produtos oferecerão aos seus clientes correntistas ou não correntistas, atribuindo valores máximos para a concessão do crédito.

De maneira resumida segue a abaixo alguns dos principais produtos oferecidos aos clientes na modalidade crédito, através dos quais são repassados os recursos captados de aplicadores.

Pessoa Física
Crédito Pessoal
ü      Internet Banking - On Line
ü      Crédito Pessoal em Agência
ü      Crédito Pessoal com garantia de veículo
ü      Crédito Pessoal com garantia de Imóvel
ü      Crédito Pessoal Vinculado
ü      Crédito Pessoal Consignado
Limite de Crédito Pessoal
Crédito Imobiliário
CDC - Crédito Direto ao Consumidor
ü      Bens (Moveis Planejados / Veículos e outros bens)
ü      Caráter social (Acessibilidade / Material de Construção / MBA e Pós-graduação)
ü      Ambiental (Aquecedores solares / Ecofinancimento de veículos / Kit Gás)
ü      Serviços (Cirurgia plástica / Pacote de viagem / Reforma de Imóveis / Seminários e Congressos)
Leasing
ü      Veículos
ü      Maquinas e Equipamentos
Cheque Especial
Cartão de Crédito

Pessoa Jurídica
Leasing
Capital de Giro
ü      Com recursos internos
ü      Com recursos externos
ü      Limite Rotativo
Desconto
ü      Duplicatas
ü      Recebíveis
ü      Cheques
Conta Garantida
Crédito Rural
Repasses
ü      BNDES
ü      FINAME
ü      FINAME Leasing
Fiança
Vendor
Compror
Câmbio
ü      ACC
ü      ACE
ü      Financiamento a Importação

Através destes produtos são concedidos a quase totalidade dos créditos concedidos pelos Bancos, desconsiderando as transações em derivativos.




2.2 - Limites Operacionais

Os limites para operações de crédito são definidos de maneira individualizada, ás vezes por cliente, ás vezes na alçada liberada ao administrador de um produto, ao comitê de crédito de uma agência, ou a um administrador de uma plataforma operacional.
                                                                                                          
Na liberação de crédito para um cliente pessoa jurídica, por exemplo, são considerados aspectos como histórico na instituição, qualidade dos resultados financeiros observados em balanço, produto de comercialização ente outros fatores, definindo um limite global pré-aprovado.

Como exemplo, pesquisamos a alçada de agência, que possui limite máximo para concessão a empresas com faturamento de até R$40 milhões de R$200 mil.
- Financiamento de veículos valor máximo R$50 mil.
- Conta garantida (cheque especial pessoa jurídica) limite de R$30 mil
- Alçada para operações de desconto de duplicatas eram de R$50 mil.
As taxas de juros aplicadas em operações de capital de giro com prazo de 360 dias variavam na faixa de 3,0% a.m.

A alçada para plataforma comercial (grandes empresas faturameno superior a R$40 milhões ano) o limite máximo concedido era de R$500 mil.
 - Financiamento de veículos valor máximo R$150 mil.
- Conta garantida (cheque especial pessoa jurídica) limite de R$100 mil
- Alçada para operações de desconto de duplicatas era de R$150 mil.
- Credito Rural e Repasses BNDES o limite era de R$300 mil.


2.3 - Acordo de capitais de Basiléia

Conforme abordado no tópico anterior, além das diretrizes internas de cada instituição financeira, existem ainda as limitações externas definidas pelos órgãos reguladores.

Desde 1974 este novo fator limitador passou a ser observado de maneira mais criteriosa no momento da avaliação, gestão e controle de concessão de crédito das instituições financeiras.
Neste ano foi criado o Comitê de Regulamentação Bancária e Práticas de Supervisão pelo Banco de Compensações Internacionais - BIS, órgão que foi organizado em maio de 1930 e situado na Suíça na cidade de Basiléia, dando-se início a uma nova fase nos controles e gerenciamento de crédito.

Desde 1975, quando foi divulgado o primeiro pronunciamento visando organizar mecanismos de qualificação de controles, passou a existir formalmente, embora de maneira tímida, um aprimoramento no processo de responsabilidade risco.

Em 1981 houve um primeiro adendo às definições iniciais visando orientar procedimentos comuns para bancos que atuavam em paises diferentes de sua sede.

Em 1988 é apresentado o primeiro acordo chamado de Basiléia I definindo padrões de transparência, segurança e estabilidade às negociações de bancos internacionais, tendo como uma de suas principais decisões a exigência de capital mínimo para risco de crédito na proporção de 8% em comparação ao volume de empréstimo.

Em 1996 é divulgado um adendo ao acordo firmado em 1988 que foi chamado de Emenda de Risco de Mercado onde se ampliava o controle de risco, redefinia o capital regulatório ou capital mínimo, incorporação do Risco de Mercado e a liberação de modelos internos de risco.

Em 2004 é divulgado o segundo acordo chamado de Basiléia II constituindo-se três pilares de ação:

- Capital mínimo
Exigência de um capital mínimo pelos bancos considerando a exposição ao Risco, levando-se em conta o Risco de Crédito, o Risco de Mercado, incluindo o conceito de Risco Operacional.


- Supervisão bancária
Definição de instruções para o órgão regulador do sistema financeiro do país (no Brasil o Banco Central) estabelecer métodos de cálculos uniforme para definição de capital mínimo.

- Disciplina de Mercado
Regras que resultem em transparência das instituições financeiras nas demonstrações contábeis e informações extras contábeis que permitam uma melhor avaliação do investidor.



3 - O contexto atual do crédito

A situação atual de quase paralisia do sistema financeiro tem levado muitas pessoas questionarem o motivo disso tudo. Profissionais do setor, estudiosos do assunto e mesmo pessoas comuns, consumidores e comerciantes, perguntam por que, mas são importante alguns Precedentes da crise de crédito para entender suas repercussões.

O contexto de incerteza que se espalhou por todo o mundo influenciou a vida das pessoas e das empresas. Este clima de insegurança desencadeou A limitação do crédito como fator de precaução do quadro de ressentimento que predomina o cenário econômico mundial.


3.1 - Precedentes da crise de crédito.

As primeiras notícias sobre os problemas no sistema financeiro internacional geraram apreensão nas áreas de créditos das instituições financeiras, porém sem alterar as políticas de concessão aos clientes.

Já no final de 2007 e início de 2008 quando das notícias de dificuldades nos Bancos UBS, Mirrou Lynch, RBS, Sogeral e alguns outros banco menores, não se tinha uma dimensão precisa do quanto poderia afetar o Sistema Bancário.
Somente a partir de setembro de 2008, quando a crise do subprime levou ao colapso as gigantes do crédito imobiliário Americano Fannie Mae e Freddie Mac, todo mercado passou a restringir e limitar o crédito.

Para muitos, o que se viu foi muito mais uma crise de confiança do que uma crise concreta com problemas na chamada economia real.

Tendo em vista a incerteza quanto a extensão da crise do setor financeiro, da capacidade de consumo do mercado e da produtividade industrial todo o sistema econômico se ressentiu gerando um clima de compasso de espera.


3.2 - A limitação do crédito.

Neste cenário de incerteza o a empresa pesquisada restringiu os níveis de crédito. O primeiro passo foi uma maior seletividade na concessão do crédito.

Na concessão de crédito a pessoa física está sendo exigido um percentual menor de comprometimento da renda mensal do prestamista.

Ainda com relação ao empréstimo para pessoa física tem crescido muito o percentual de rejeição a proposta de financiamento ao consumidor.

Quanto à concessão de crédito à pessoas jurídica, o ritmo também foi significativamente reduzido. Historicamente os primeiros meses do ano são menos dinâmicos no entanto as mesmas precauções tomadas com pessoas físicas estão sendo observadas para pessoas jurídicas.

Outro aspecto relevante foi o aumento da taxa de juros nas operações de crédito, contrariando as reduções na taxa básica de juros - SELIC.

Ainda com relação a pessoa jurídica, foram restringidas as alçadas de limites operacionais e salvaguardados os limites operacionais pré-aprovados.

Outro fator que se observa é a redução no crédito a empresas e o crescimento de concessões à famílias, isto é, crédito rotativo, cheque especial e cartão de crédito.


3.3 - O quadro de Operações de Crédito

Em sua nota à imprensa o Banco Central descreve um quadro de relativa restrição nos últimos meses, porém dentro de um contexto mais amplo de crescimento dos volumes de crédito, se observado os últimos 12 meses.

No item Operação de crédito do sistema financeiro é apresentado o crédito livre e direcionado de forma global, sem especificar quem doa ou toma o recurso com destaque para a retração da oferta de crédito pelos bancos privados. No item Distribuição setorial do crédito mostra para quais setores da economia foram destinados os recursos cedidos ressaltando a indústria automobilística e habitacional. É observado no item Operações com recursos livres a disponibilização de crédito não vinculado a um produto ou financiamento, usado livremente pelo credor para necessidade particular chamando atenção o crescimento do crédito pessoal (pessoa física) e Adiantamento sobre Contrato de Cambio - ACC (pessoa física). Finalmente observamos que item Referencial de taxas de juros que apresenta a flutuação das taxas aplicadas pelo mercado que o spread bancário voltou a crescer.


3.3.1 - Operações de crédito do sistema financeiro

O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro, considerados os recursos livres e direcionados, atingiu R$1.230,9 bilhões em fevereiro, registrando expansões de 0,1% no mês e de 28,3% em doze meses, cabendo destaque aos financiamentos com recursos direcionados, destinados, principalmente, aos segmentos de infra-estrutura e habitação. A evolução do mercado de crédito permanece condizente com o menor dinamismo da atividade econômica e com as características sazonais do período, relacionadas à acomodação das contratações associadas a transações mercantis. Nesse contexto, o estoque total de empréstimos passou a representar 41,6% do PIB, ante 41,5% em janeiro último e 34,5% em fevereiro de 2008.

A oferta de crédito pelos bancos públicos manteve a tendência observada nos meses anteriores de aumento em sua participação relativa no total do sistema financeiro, que subiu para 37,1% em fevereiro. Em contrapartida, instituições privadas nacionais e estrangeiras diminuíram sua representatividade no total de empréstimos para 42,3% e 20,6%, respectivamente.
Os empréstimos com recursos livres, que correspondem a 70,6% do total, alcançaram R$868,9 bilhões, com declínio de 0,3% no mês e expansão de 27,8% em relação a igual período de 2008. O desempenho no mês resultou da queda de 1,6% nas carteiras de pessoas jurídicas, saldo de R$464,9 bilhões, e do incremento de 1,2% nos financiamentos às famílias, que somaram R$404,1 bilhões.

As operações com recursos direcionados registraram elevações de 1,2% no mês e de 29,5% em doze meses, totalizando R$361,9 bilhões. O resultado mensal foi impulsionado pelo desempenho positivo das carteiras do BNDES, cujo volume situou-se em R$212,6 bilhões, após expansão de 1,3%. Contribuíram também os financiamentos habitacionais, com acréscimo de 2,8% e saldo de R$62,6 bilhões.


3.3.2 - Distribuição setorial do crédito

As operações destinadas ao setor privado, realizadas com recursos livres e direcionados, somaram R$1.203 bilhões em fevereiro, registrando aumentos de 0,1% no mês e de 27,9% em doze meses. Com respeito à segmentação pelos diversos setores da atividade econômica, os financiamentos à indústria, cujo saldo atingiu R$299,5 bilhões, apresentaram acréscimo de 1,9%, com relevância para as operações relacionadas aos ramos de energia e de automóveis. Os empréstimos ao segmento de outros serviços mostraram retração de 3,1%, alcançando R$212,8 bilhões, enquanto, para o comércio, verificou-se queda de 2,9%, situando o saldo em R$119,1 bilhões.

O saldo de crédito rural totalizou R$106,1 bilhões em fevereiro, redução de 0,2% no mês. A participação relativa do custeio no total do crédito rural alcançou 42,3%, enquanto as referentes ao investimento rural e à comercialização situaram-se em 48,4% e 9,3%, respectivamente.

Os financiamentos concedidos ao setor habitacional somaram R$66,1 bilhões, incremento mensal de 2,7% e de 40,1% em relação a fevereiro de 2008, traduzindo, em sua maior parte, as operações contratadas com recursos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

A dívida bancária do setor público alcançou R$27,9 bilhões em fevereiro, representando crescimento de 0,9% no mês. Os créditos ao governo federal aumentaram 0,7% no mês, com volume de R$9,6 bilhões, enquanto os financiamentos concedidos às esferas estaduais e municipais somaram R$18,3 bilhões, expandindo-se 0,9%, com relevância para contratações das áreas de saneamento básico e habitação popular.


3.3.3 - Operações com recursos livres

Os empréstimos nas modalidades de crédito para pessoas físicas registraram evolução positiva, condicionada por fatores sazonais associados a despesas típicas do início do ano. O estoque dessas carteiras totalizou R$277,5 bilhões, revelando aumento de 1,1% no mês e de 11% em doze meses. As modalidades de crédito rotativo, cheque especial e cartão de crédito ganharam participação nos últimos meses, contribuindo para a elevação do custo médio do endividamento das famílias. Esse efeito, porém, foi compensado pela evolução também significativa do crédito pessoal, que apresentou recuperação nos dois primeiros meses de 2009.

As operações com pessoas jurídicas somaram R$385,9 bilhões, com acréscimo de 0,3% no mês e 32,3% em doze meses. As modalidades com recursos domésticos atingiram R$297,4 bilhões, com incremento de 0,2% no mês e de 34,8% em doze meses, refletindo, em sua evolução mensal, a redução da demanda relacionada a transações mercantis, em decorrência de aspectos sazonais e do arrefecimento da atividade econômica. O comportamento dessas carteiras foi parcialmente compensado pelo crescimento dos empréstimos na modalidade capital de giro, os quais têm assumido preponderância crescente entre as fontes de recursos para empresas de grande porte e do segmento exportador, em ambiente de restrição no crédito externo e no mercado de capitais. Por sua vez, os créditos referenciados em moeda estrangeira alcançaram R$88,6 bilhões, com aumento mensal de 0,7%, destacando-se as operações de adiantamento sobre contratos de câmbio (ACC).


3.3.4 - Referencial para taxas de juros.

O custo médio do crédito referencial situou-se em 41,3% a.a. em fevereiro, registrando redução de 1,1 p.p. no mês e elevação de 3,9 p.p. relativamente a fevereiro de 2008. O movimento mensal resultou de reduções de 2,4 p.p. nos encargos médios para pessoas físicas e de 0,2 p.p. nas taxas relativas a pessoas jurídicas. A taxa para pessoas físicas situou-se em 52,7% a.a., menor valor desde agosto de 2008. Destacaram-se as reduções nos encargos relativos às modalidades de cheque especial e financiamentos para aquisição de veículos, 5,3 p.p. e 2,9 p.p., na ordem. Nas operações contratadas pelas empresas, a taxa média de juros recuou para 30,8% a.a. Nesse contexto, o spread bancário situou-se em 29,7 p.p., após declínio de 0,8 p.p. no mês, enquanto, na comparação interanual, observou-se aumento de 3,7 p.p.

A inadimplência do crédito referencial, considerados os atrasos superiores há noventa dias, situou-se em 4,8% no mês, registrando acréscimo mensal de 0,2 p.p. e de 0,4 p.p. em doze meses. Por segmento, a inadimplência alcançou, respectivamente, 8,3% e 2,3% nos empréstimos para pessoas físicas e pessoas jurídicas, com incrementos mensais de 0,1 p.p. e 0,3 p.p., nessa ordem.



4 - O esforço para normalização do crédito.

Não apenas no Brasil, mas também em todas as principais economias mundiais, o esforço para a superação da retração dos mercados tem partido do estado visto que a iniciativa privada fechou a torneira do crédito. Veremos algumas Políticas governamentais de incentivo ao crédito adotadas pelo governo e A ação dos bancos estatais e BNDES neste contexto de incremento ao crédito.


4.1 - Políticas governamentais de incentivo ao crédito

Para a exposição das políticas de crédito do governo é necessário antes observar as tendências de mercado da iniciativa privada, pois são suas ações que pautam as decisões governamentais.

Conforme comentado em tópicos anteriores deste trabalho, a política das instituições financeiras visa seus interesses, isto é, remuneração de seus aplicadores, lucros para seus acionistas, saúde financeira da empresa e estabilidade profissional de seus administradores.

Neste contexto o quadro econômico mundial e também o nacional exige precaução sendo melhor limitar os empréstimos mesmo que precise remunerar menos, ter menos lucro, reduzir custos operacionais, procedimentos perfeitos considerando somente o aspecto microeconômico. No entanto, todo este processo resulta em retração da produção, do nível de emprego, e do consumo, condições que implicam em estado de recessão econômica, situação desconfortável para governantes e sociedade como um todo.

Combatendo este quadro o governo adotou políticas de incentivo para a produção, para o consumo e para o crédito, tais como isenção de IPI, diminuição da taxa básica de juros, redução do compulsório desde outubro de 2008 (Circular 3.424), utilização do FGC - Fundo Garantidor de Crédito para concessão de empréstimo, leilões de Swap cambiais, venda direta de dólares para investidores num esforço que gerou até dezembro de 2008 a injeção de algo por volta de R$400 bilhões na economia.

Todas estas ações visaram dar liquidez ao mercado financeiro, dinamizar a economia real, criar um ambiente de segurança e por fim uma retomada nas condições de estabilidade econômica.


4.2 - A ação dos bancos estatais e BNDES

Mesmo com as decisões governamentais de incentivo ao crédito e à liquidez do mercado financeiro, e uma aparente estabilidade financeira interna, o quadro de incerteza permanece em função da influência externa, onde a cada dia se observam notícias de demissões, concordatas, quebra de bancos, diminuição de PIB e outras informações desfavoráveis à confiança.

Tem se observado na atuação dos bancos que a liquidez promovida pelas ações governamentais, contrariamente à esperada liberação de recursos, tem se tornado aplicações em títulos do governo tornando pouco efetivo as decisões para a expansão do crédito.

Neste caminho, em que os bancos privados adotam políticas de retração para concessão de crédito (vide 3.3.1) os bancos públicos têm atuado na linha governamental em um posicionamento que vem de encontro ao da conduta do mercado.
Buscando levar liquidez ao mercado e fomentar o crédito o BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal mantiveram suas políticas de crédito se tornando os principais doadores de crédito, em detrimento a opinião de muitos críticos que entendem que tal procedimento possa ferir a médio prazo os interesses de acionistas e do País.

Neste processo de esforço de crédito de bancos públicos o BNDES teve inclusive seu estatuto alterado pelo Decreto 6.716 de 29 /12/2008 o que lhe permitira diminuir o repasse de lucros à União podendo emprestar ainda mais.

Estudo divulgado pelo BNDES informa que desde o início da crise em setembro de 2008 até fevereiro de 2009 o crescimento de crédito foi alimentado na proporção de 20% por banco privados e 80% por Bancos públicos, tendência que deve permanecer durante o ano de 2009.



Conclusão.

O Sistema Financeiro nacional se ressentiu da crise internacional, restringindo seu dinamismo recente na liberação crédito que passou 34,5% do PIB em fevereiro de 2008, passando para 41,5% do PIB em janeiro de 2009.

As limitações definidas pelo órgão regulador do Sistema Financeiro - Banco Central não foi o fator restritivo, visto que as Instituições Financeiras não ultrapassaram e nem mesmo alcançaram os limites determinados pelo Acordo de Capitais de Basiléia.

O que se percebe é um aumento relativo nas taxas de juros, diminuição dos prazos de crédito e financiamento, maior seletividade na concessão de crédito, exigência de menor comprometimento de renda nos créditos a pessoas físicas e visando este melhor controle da liberação de créditos um estreitamento das alçadas nas instituições financeiras.

A ação do governo e dos bancos públicos tem sido o diferencial neste momento de incerteza incorrendo em um risco de inadimplência, porém buscando a estabilidade não apenas do crédito, mas também da economia.
Bibliografia

Neto, Alexandre Assaf. Mercado Financeiro. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008. 8ª edição.

Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. Editora Quatymark, 2008. 17ª edição.

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Banco Central do Brasil - Nota para imprensa - 26.03.2009
Sistema Financeiro Nacional - Informações sobre operações bancárias - Taxas de operações de crédito - Dados consolidados - disponível em http://www.bcb.gov.br/?TXCREDMES; * Economia e Finanças - Séries temporais (http://www.bcb.gov.br/SERIETEMP).<Bhttp://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM

Bancos públicos irão suprir o mercado 19.10.2008 - disponível em

Governo muda as regras para BNDES emprestar mais - 06.01.2009 - disponível em

Austin Rating - Estudo Especial 01.07.2008
Adaptação da metodologia de análise de risco das instituições financeiras às novas normas e cronograma de implementação do Basiléia II
Disponível no site www.austinrating.com.br.

O acordo de Basiléia II, sua legislação no Brasil e a aplicação no Banco do Brasil.
Rafael May - Monografia submetida ao curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de S. Catarina, como requisito obrigatório para obtenção de grau de bacharel.
Orientador Prof. Jaime César Coelho